sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Conto contigo!


Olá, amigos(as)! ;)

Votem no excerto que preferirem para iniciarmos uma aventura no meio dos livros.

Excerto A

«[...] E aí começou o meu pai, quando lá longe minha tia lhe passou ao pé e meu pai lhe perguntou o que havia e ela lhe disse o que havia, chamando mentirosa a minha mãe. Meu pai então disse:
- Mentirosa é você.
E começou a apresentar-lhe os factos comprovativos do que afirmara e que já tinha decerto enaipados de outras ocasiões, porque não se engasgava:
- Mentirosa é você e sempre o foi. Já quando você contou a história do Corneta, andou a dizer que
- Mentiroso é você, como sua mulher. Uma vez na padaria a sua mulher disse que
E daí foram recuando no tempo à procura das mentiras um do outro. Estavam já chegando à infância, quando apareceu o meu tio. Minha tia passou-lhe a palavra e começou ele. Mas como a coisa agora era entre homens, meu tio cerrou os punhos e disse:
- Eu mato-o, eu mato-o.
Meu pai, que já devia estar cansado, ficou quieto, à espera que ele o matasse, e como ficou quieto, meu tio recuou uns passos, tapou os olhos com um braço e disse outra vez:
- Foge da minha vista que eu mato-te.
Entretanto olhou em volta à espera que o segurassem. E quando calculou que tudo estava a postos para o segurarem, ergueu outra vez os punhos e avançou para o meu pai. [...]»


Excerto B

«[...] Ora uma noite, noite de silêncio e de escuridão, indo ela a adormecer, já despida, no seu catre, entre os seus dois meninos, adivinhou, mais que sentiu, um curto rumor de ferro e de briga, longe, à entrada dos vergéis reais. Embrulhada à pressa num pano, atirando os cabelos para trás, escutou ansiosamente. Na terra areada, entre os jasmineiros, corriam passos pesados e rudes. Depois houve um gemido, um corpo tombando molemente, sobre lajes, como um fardo. Descerrou violentamente a cortina. E além, ao fundo da galeria, avistou homens, um clarão de lanternas, brilhos de armas... Num relance tudo compreendeu: o palácio surpreendido, o bastardo cruel vindo roubar, matar o seu príncipe! Então, rapidamente, sem uma vacilação, uma dúvida, arrebatou o príncipe do seu berço de marfim, atirou-o para o pobre berço de verga, e, tirando o seu filho do berço servil, entre beijos desesperados, deitou-o no berço real que cobriu com um brocado.

Bruscamente um homem enorme, de face flamejante, com um manto negro sobre a cota de malha, surgiu à porta da câmara, entre outros, que erguiam lanternas. Olhou, correu ao berço de marfim onde os brocados luziam, arrancou a criança como se arranca uma bolsa de oiro, e, abafando os seus gritos no manto, abalou furiosamente.

O príncipe dormia no seu novo berço. A ama ficara imóvel no silêncio e na treva. [...]»

Publicidade

"Chegou a TEEN, a colecção juvenil-adulto mais emocionante das livrarias.


Cada livro é um bilhete para um exótico mundo de fantasia, um portal para um futuro distante e desconhecido, um convite para uma aventura que nunca acaba."
 

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Dois Dedos de Conversa... com Escritores

Aqui, temos o privilégio de receber escritores e conversar com eles. :)

O primeiro a visitar-nos (ainda neste período) será João Tordo, recentemente, vencedor do Prémio Literário José Saramago.


 




Já se falou dele na secção "Páginas Dobradas":


Tordo, J. (2009). Vlad, o Empalador. In P. Sena-Lino (Coord.). Contos de vampiros (pp. 57-69). Porto: Porto Editora.

"Seguiu-se uma discussão que terminou com o Xavier no chão, depois de Ernesto o socar com muita força. Olhei para Xavier, que sangrava do nariz, e quis ajudá-lo a levantar-se, mas Ernesto colocou-se entre nós."

Gostei desta parte, pois demonstra uma grande falta de coragem do narrador para com um dos seus melhores amigos. Eu acho que ele devia ter ajudado Xavier. Podia levar, mas pronto...
Nobre (8ºC , nº17)

Entre outras coisas, falaremos sobre o seu conto, integrado no livro acima reproduzido: "Vlad, o Empalador". Comecem já a lê-lo, para não se sentirem turistas sem guia... ;)

Citando os participantes deste clube:

"Olá, João! ;)


Antes de mais, obrigada por ter vindo! :)

Deixamos aqui algumas questões que gostaríamos de ver respondidas e que se inspiraram em alguns dados biográficos do João, disponíveis na Internet.

1. João Tordo é um pseudónimo ou é o seu nome real? Mariana (8º B)
JT: João Tordo é o meu nome verdadeiro, obrigado :)

2. Quando compra um livro o que o atrai mais: o autor ou a história em si? Maura (8º C)
JT: Quando compro um livro, faço-o pela história, embora haja autores (Ian McEwan, Roberto Bolaño (este não é para a vossa idade :)), Auster, Coetzee, que compro sempre que publicam um livro)

3. O que faz nos seus tempos livres?  Gerson (8º C)
JT: Nos meus tempos livres faço basicamente o que qualquer tipo com a minha idade (34) faz: sai com os amigos, às vezes com uma rapariga ou outra (ihih), vou a restaurantes e a bares, vejo o Benfica. etc.

4. Porque se licenciou em Filosofia? Fábio (8º B)
5. Sei que se formou em Filosofia. Deixou esse “sonho” fechado numa gaveta? Mariana (8º B)
JT: Formei-me em filosofia porque não queria estudar literatura, não me apetecia "dissecar" os romances de que gostava. Filosofia, já agora, é uma excelente maneira de nos "pôr a pensar" e, ao mesmo tempo, está relacionada com livros. Nunca quis ser professor ou académico, por isso a minha escolha de licenciatura foi puramente pelo prazer da coisa.

6. Gostou de estudar jornalismo em Londres e escrita criativa em Nova Iorque? (Porquê?) Isaura (8º B)
JT: Gostei muito de Londres e de Nova Iorque, sobretudo da última. Estudar foi a menor das experiências que tive nessas cidades, que são grandes e onde se pode coleccionar muitas histórias que, mais tarde, se podem usar em romances. Tenho saudades desses tempos e, embora não exclua a possibilidade de, um dia, tornar a emigrar, por enquanto gosto de viver em Lisboa, onde as coisas são mais paradas mas não exigem tanto de mim (já estou velho, pá).

7. Sei que foi para Londres frequentar um mestrado em jornalismo. Já não se vê nessa carreira, ou ainda vamos ter o prazer de o ver no jornalismo? Mariana (8º B)

8. Sei que foi para Nova Iorque, para frequentar o curso de escrita criativa do City College. Porque não frequentou esse curso em Portugal? Ricardo (8º B, nº 21)
JT: Quando aos cursos, em Portugal não há cursos "sérios" de escrita critativa, são todos um bocado pela rama, até pela dimensão do país e da nossa tradição literária, muito menos enraizada em estrutura narrativa e elementos formais. Nos Estados Unidos a escrita criativa é uma instituição muito antiga mas, obviamente, não nos ensina nada senão forma, o conteúdo depende inteiramente de nós.

9. Se tivesse estudado apenas em Portugal, acha que teria chegado onde chegou? Patrícia (8º C)
JT: Acho que se tivesse vivido apenas em Portugal teria alguma dificuldade em ter publicado os romances que publiquei, que se situam noutros lugares e têm um carácter mais "universal" e não local.

10. Escreveu, em parceria, o guião para a longa-metragem “Amália, a Voz do Povo”. Foi um trabalho em que o tema lhe pareceu interessante, ou aceitou fazê-lo, apenas, para engordar a sua carreira? João (8º B)
10.1. Deu-lhe prazer escrevê-lo? (Porquê?) Isaura (8º B)
10.2. É complicado escrever um guião? (Porquê?) Miguel (8º B)
JT: Quanto aos guiões, eu escrevo regularmente guiões para séries de TV (algumas em exibição, como o Pai à Força ou a Liberdade XXI), embora o guião do filme Amália tenha sido uma experiência diferente, pois quando me chamaram já havia uma estrutura prévia desenvolvida pelo outro argumentista. Eu apareci para dar um toque de criatividade, apenas.

11. Como foi a experiência de trabalhar como jornalista? Porque não continuou? Jéssica (8º C, nº 7)

12. Prefere jornalismo ou escrever livros? Cláudia (8º C)
JT: Entre o jornalismo e a escrita prefiro obviamente escrever, mas tenho de fazer um pouco de tudo para sobreviver. Para além de que o jornalismo dá algum traquejo de escrita a quem não está habituado a escrever todos os dias.

13. Ser escritor é um sonho de criança ou surgiu por acaso? Miguel (8º B)
JT: Ser escritor é um sonho de criança, embora não nos moldes em que o faço hoje em dia - em miúdo gostava de livros de aventuras e banda desenhada, que "formaram" a minha imaginação, por vezes, demasiado fértil.

14. Quando é que começou a gostar de escrever livros?  Fábio (8º C)
Comecei a escrever ainda jovem, mas escrevia sobretudo contos ou pequenas histórias. Só me dediquei mais a sério à literatura por volta dos 26, 27 anos.

15. Alguma das suas obras se inspira numa história verídica? (Qual?) Mariana (8º B)
Nenhuma delas. Embora em todas vá buscar pormenores de coisas que vivi, lugares onde estive, ou pessoas que fui conhecendo nas minhas viagens.

16. Onde vai buscar inspiração para os seus livros? Leandro (8º B), Patrícia (8º C)
Os livros são sobretudo transpiração, muito mais do que inspiração. É preciso muito trabalho e a ideia inicial nem sempre é a que acaba por se tornar determinante. Por vezes as coisas mudam enquanto estamos a escrever. Mas é importante ter uma imagem inicial, uma personagem, ou um ambiente para a nossa história. A inspiração é uma coisa secundária.

17. No que se inspirou para escrever o livro que ganhou o “Prémio Literário José Saramago” (As três vidas)? André (8º B)
Na história de Philippe Petit, um homem que, em 1974, fez funambulismo sobre um cabo de aço entre as duas torres gémeas do World Trade Center. A história partiu daí e depois transformou-se noutra coisa completamente diferente.

18. O livro Os homens sem luz é autobiográfico? Verónica (8º B)
Não, de todo.

19. Porque escolheu a expressão “As três vidas” para o título do seu último livro? Luís (8º B)
Não fui eu que escolhi, foi a minha editora. Eu tinha outro título para o romance que não era tão feliz, e depois a Rosário Pedreira sugeriu-me esse título e assim ficou.

20. Qual das suas obras demorou mais tempo a ser redigida? Ricardo (8ºB, nº 20), Vânia (8º C)
A segunda, o Hotel Memória. Foi um processo lento e moroso porque o segundo romance é sempre mais complicado do que o primeiro. Há uma espécie de expectativa e um medo de falhar que tornam as coisas mais complicadas.

21. Qual foi o livro que gostou mais de escrever? Porquê? Sandra (8º B)
Provavelmente, As Três Vidas. Foi uma experiência muito rica porque aquelas personagens são muito reais para mim. Deixei-me mergulhar dentro da atmosfera da obra e gostei muito de andar lá por dentro a ver para onde é que a história me levava.

22. Como se sente depois de ter ganho o “Prémio Literário José Saramago”? Duarte (8º B)

23. Já tem ideias para um novo livro? (Pode revelar-nos algumas?) Sara (8º C, nº21), Marina (8º C)

24. Em relação ao seu futuro, o que tem em mente? Filipe (8º B)"

domingo, 1 de novembro de 2009

CoNcUrSo: "CaÇa Ao ErRo"

Olá, jovens, olá! ;)

Digam lá, digam lá

Os erros que na biografia de Eça de Queirós estão

E que, após a sua leitura, encontrarão.


José Maria Eça de Queiros (1845-1800) nasceu na Póvoa de Varzim e faleceu em Lisboa. Estudou Direiro na Universidade de Coimbra, tornando-se amigo de Antero de Quintal, entre outros. Participou nas Conferências do Casino e é um dos da Geração de 90. Foi nomeado cônsul, tendo viajado pelo Egipto, Berlim, Londres, Paris, etc. Das suas obras destacam-se Uma Campainha Alegre (1841), Crime do Padre Amaro (1875-1876), O Primo Basílio (1878), A Relíquia (1887), Os Maias (1888), A Correspondência de Fradique Mendes (1900), A Cidade e as Terras (1901), Contos (1902) e Prosas Bárbaras (1903). Traduziu o romance de Rider Haggard, As Minas de Salmão. É considerado um dos maiores romancistas portugueses do século XX.


O(A) primeiro(a) a colocar aqui todos os erros presentes na biografia de Eça de Queirós, num enunciado
correctamente escrito, será o(a) VENCEDOOOOOOR(A)!!! Não percam a oportunidade de ganhar um PRÉEEEEEMIOOOOOOOOOO!!! :)

Até já! ;)